São Paulo, que detém a maior concentração industrial, avançou 0,8%
A produção industrial cresceu em nove dos 15 locais pesquisados pelo IBGE em agosto, na comparação com julho, puxando o resultado positivo (0,8%) da indústria nacional. As maiores altas foram no Pará (5,4%), Bahia (4,9%) e Paraná (4,2%). Completam os resultados positivos Rio Grande do Sul (2,9%), Mato Grosso (1,4%), Goiás (1,4%), Região Nordeste (1,0%), São Paulo (0,8%) e Espírito Santo (0,4%).
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada hoje pelo IBGE.
A alta no Pará, na passagem de julho para agosto, interrompeu dois meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 4,5%. Já Bahia e Paraná eliminaram os recuos de 2,6% e 2,0%, respectivamente, registrados no mês anterior.
O analista da pesquisa Bernardo Almeida explicou a melhora no desempenho da indústria paraense:
“Em relação à indústria paraense, nessa passagem de julho para agosto, observamos um crescimento de 5,4%, o maior em termos absolutos nesse mês. Após dois meses negativos, esse comportamento positivo da indústria do Pará consiste nas influências positivas do setor extrativo, além dos setores de metalurgia e de produtos minerais não metálicos.”
São Paulo, local que detém a maior concentração industrial (aproximados 33%), avançou 0,8%, atingindo sua segunda taxa positiva consecutiva e acumulando ganho de 1,7% no período. De acordo com o analista, os setores extrativo e de alimentos tiveram maior influência sobre esse avanço da indústria paulista. Com esse resultado, a indústria de São Paulo se encontra 0,5% acima do seu patamar pré-pandemia, fixado em fevereiro de 2020, mas ainda está 21,2% abaixo do seu patamar de produção mais alto, alcançado em março de 2011.
Por outro lado, Amazonas (-7,4%) e Pernambuco (-3,5%) mostraram os recuos mais intensos nesse mês. No caso do Amazonas, o estado acumula redução de 7,8% em dois meses consecutivos de queda na produção. Pernambuco interrompe quatro meses seguidos de taxas positivas, período em que acumulou ganho de 38,3%.
“No Amazonas, vale dizer que esse resultado é o mais intenso desde março de 2024, quando recuou 11,8%. Nessa passagem de julho para agosto de 2025, os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, derivados do petróleo e biocombustíveis e bebidas foram os que mais puxaram o desempenho da indústria amazonense para baixo”, comenta o analista da pesquisa.
Rio de Janeiro (-1,9%), Santa Catarina (-1,8%), Ceará (-1,5%) e Minas Gerais (-0,2%) também apresentaram resultados negativos em agosto de 2025.
Na comparação com agosto de 2024, o setor industrial recuou 0,7% em agosto de 2025, com nove dos 18 locais pesquisados apontando resultados negativos. Vale citar que agosto de 2025 (21 dias) teve um dia útil a menos que agosto de 2024 (22 dias).
Mato Grosso (-12,8%), Maranhão (-11,4%) e Amazonas (-9,3%) assinalaram as quedas mais acentuadas. No Mato Grosso, o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e produtos químicos acentuaram o resultado negativo; no Maranhão, indústrias extrativas e celulose, papel e produtos de papel puxaram a queda; e no Amazonas, pressionaram a retração os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e máquinas e equipamentos.
Mato Grosso do Sul (-5,7%), Ceará (-5,5%), Minas Gerais (-4,8%), Pernambuco (-2,5%), São Paulo (-2,4%) e Santa Catarina (-2,2%) completaram o conjunto de locais com redução na produção no índice mensal de agosto de 2025.
Por outro lado, Espírito Santo (15,3%) assinalou o avanço mais elevado nesse mês, impulsionado, em grande parte, pela atividade de indústrias extrativas. Rio de Janeiro (6,1%), Pará (5,8%), Paraná (3,8%), Bahia (3,4%), Rio Grande do Norte (3,3%), Goiás (2,9%), Rio Grande do Sul (1,1%) e Região Nordeste (0,5%) registraram os demais resultados positivos no índice mensal de agosto de 2025.
Recuo em lançamentos chegou a 25,5% em setembro
Já o Índice GS1 Brasil de Atividade Industrial de setembro aponta desaceleração de 25,% na intenção da indústria de transformação em lançar produtos comparado a agosto. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice recuou 40,3%. Esses são os dados apurados pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, que lança o índice mensalmente.
“O último mês do terceiro trimestre registrou um dos menores níveis do ano, tanto no índice original quanto no dessazonalizado, refletindo uma postura mais cautelosa por parte da indústria”, analisa Virginia Vaamonde, CEO da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil. Calculado com base no volume de solicitações de códigos de barras para novos itens no mercado, o índice funciona como um termômetro antecipado da indústria ao refletir as tendências das empresas em inovar e expandir portfólio.
FONTE: 10/10/2025 – MONITORMERCANTIL
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